17.3.20

Há algo de belo nas tempestades, elas sempre nos mostram o que cria raízes em nós

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Por: Rúbia Pozzatto

  
Aquilo que cria raízes em nós, assim como frondosas árvores bem fixas no solo, não se finda com as tempestades. 

Sempre gostei de dias frios, do céu nublado e até mesmo de tempestades. Você também? Então entenda por que nisso não há nada de estranho.

Na minha infância, tive muito medo do escuro e, durante alguma tempestade, quando acontecia queda de energia, eu ficava muito assustada. Nesses momentos, minha família ficava mais unida, minha mãe nos ensinava a falar com Deus para o temporal passar e meu pai procurava nos entreter com jogos de cartas, tabuleiro ou músicas antigas e engraçadas.

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Assim aprendi que Deus sempre finda a tempestade, mesmo que leve um tempo, e que podemos ser felizes, ainda que o mundo lá fora fique escuro e pareça o caos. O que é realmente importante é que exista luz dentro de nós.

O barulho da chuva e o aconchego do nosso lar, a família reunida para uma comida quentinha no inverno me trazem boas lembranças das tempestades. Mas nem todas as tempestades foram assim, algumas eu enfrentei sozinha, no escuro de meu quarto.

Eu falava com Deus e procurava encontrar algo de bom naquilo tudo. A tempestade passava, eu limpava os destroços e, dia mais, dia menos, o sol aparecia. Esse equilíbrio é que é lindo.
Pode ser que você pense que algumas tempestades são constantes em sua vida e que sinta apreço por elas, afinal, dias ensolarados, por muito tempo, também podem nos fazer perder muitas coisas.

Se você pensar em uma plantação, tanto as tempestades quanto a estiagem podem fazer você perder boa parte do que cultivou, mas se aquilo ali de fato for para você, se for seu sonho, você vai reconstruir.

Também podemos pensar que a chuva e o frio nos inspiram a nos recolher à nossa intimidade e ficar mais próximos de nossa essência, fazendo-nos buscar e aceitar o aconchego do colo do outro, o calor da conversa e a paz do perdão.

Falo sobre tempestades e dias ensolarados no sentido figurado também para lembrar aquele ditado: “Em dia de sol, toda praia fica cheia”. É tão fácil, no clima ameno, ter companhia, já nas tempestades, somente quem nos ama muito e de fato se importa conosco permanece, enfrenta o vento, a chuva, o que for e enquanto puder ao nosso lado.

Então, quem sabe, as tempestades constantes em nossa vida não sejam para nós um sinal para cuidarmos mais das nossas raízes, para nos amarmos mais? Um sinal de que é necessário nos reconstruir, nos fortalecer interiormente? Porque novas tempestades virão, com toda certeza. E que bom, afinal, elas nos mostram quem, de verdade, sempre estará conosco.

Aquilo que cria raízes em nós, assim como frondosas árvores bem fixas no solo, não se finda com as tempestades. Pode ser que alguns galhos se quebrem, mas eles deixam a luz entrar e novas folhas surgirão logo, logo, representando a alegria do recomeço.

Não olhe para os problemas

Era uma vez um cocheiro que dirigia uma carroça cheia de abóboras. A cada solavanco da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas desarrumadas. Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal reiniciava sua viagem, lá vinha outro solavanco e... tudo se desarrumava de novo.
Então ele começou a ficar desanimado e pensou:
- Jamais vou conseguir terminar minha viagem! É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras arrumadas!

Quando estava assim pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras, e ele observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco.
Foi quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.
Assim também é a nossa vida: quando paramos demais para olhar os problemas, perdemos tempo e nos distanciamos das nossas metas...

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