Só mãe mesmo pra ser o oposto… E depois o contrário de novo.
Vai ver que é porque filho não vem com manual de instrução e pra conduzir as crias no mundo, ela usa só de intuição pra tentar fazer tudo direito.
Mas como pode ser assim, tão incoerente?
Ela diz:
Filho, você não come nada…
E logo se contradiz:
Para de comer, que eu tô botando o jantar!
E aí ela lamenta:
Ai, que eu não vejo a hora desse menino crescer!
Mas logo se arrepende:
Deixa que eu faço, você ainda é uma criança…
E quando ela manda:
Tira essa roupa quente, menina!
E logo em seguida:
Veste o casaco, quer pegar um resfriado?
Pois é, gente, que pessoa é essa que jura que nunca mais…
E no momento seguinte promete que vai ser pra sempre?
Essa pessoa é assim mesmo:
Igual e diferente de tudo o que a gente já viu.
É a fortaleza que aguenta o tranco, só pra não ver o filho chorar.
É o sorriso de orgulho escondido, só pra não se revelar.
Mãe dá uma canseira na gente. E às vezes tira do sério…
Até que um dia a gente se depara com uma ausência insuportável:
É a mãe que vai embora, deixando um vazio enorme, escuro, silencioso.
E aí descobre que, mesmo errando, ela sabia de tudo, desde o início.
E fez de tudo pra acertar.
Porque criar filho não tem regra – é doação e amor simplesmente.
Então, se você tiver privilégio de abraçar sua mãe, agradeça, porque o presente é seu.
E esteja certo: Mesmo sem manual de instrução, ela continua aí, atrapalhada, contraditória, mas com o olhar atento, querendo entender como você funciona… E fazendo de tudo pra você não falhar